Povo Bora e Mariposas: primeira descolonização do saber


Essa fotografia representa uma atividade muito comum ao povo Bora: a confecção de cestarias.



Destaque das ''Mariposas'' da cestaria Bora


Os Bora formam uma comunidade tradicional que povoa a Amazônia peruana e colombiana. Além de práticas como pescaria e agricultura, revelam-se ilustres artesãos. Seus exímios trançados podem ser veículos para a apreensão do conceito de Etnomatemática; campo dos saberes que propõe uma matemática construída a partir de perspectivas histórico-culturais, que reconhece e incorpora os saberes plurais. 


Figura 2 - Professor Joel mede a professora Jannaina




O desafio do segundo encontro foi a confecção das chamadas ''Mariposas'', elementos geométricos presentes nas peneiras Bora, estudadas detalhadamente pelo professor Paulus Gerdes.

Para isso, fizemos uma breve reflexão a respeito do conceito de simetria, sequência de Fibonacci e número de ouro, uma vez que a a arte da Mariposa e a mariposa propriamente dita enquanto animal, são simétricas. Os professores fizeram algumas medições (figura 2) para exemplificar o conceito do belo dentro da proporção áurea.

Fomos incumbidos de cortar tiras de papel cartão de duas cores diferentes, cada uma contendo 3 cm de largura. Formamos duplas e começamos a trabalhar observando um modelo de Mariposa. 







Figura 3




A experiência foi surpreendente! No início pareceu complicado lidar com tantas tiras, mas aos poucos fomos dominando e entendendo a técnica. É incrível o exercício de se ''descolonizar'' e de se colocar dentro da cultura do outro. As Mariposas foram concluídas com êxito! 

Após a prática, fomos provocados a perceber que as Mariposas podem ser representadas no plano cartesiano e identificadas através de um terno ordenado. A minha Mariposa (figura 3) pode ser representada pelo terno (1, 3, 2).








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