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Mostrando postagens de agosto, 2018

Anísio + Colégio Modelo + lágrimas

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É isso que eu me pergunto depois de conhecer Anísio Teixeira, esse superman da educação brasileira, a rocha sobre a qual a UFSB foi edificada. Ele defendia uma educação pública, emancipatória e de qualidade. E foi partindo dessa premissa - de educação não ser privilégio, que saímos dos muros da UFSB para empoderar outros estudantes. Fomos até o Colégio Modelo, em Itabuna, para executar o nosso trabalho final, que consistia em, basicamente, levar a nossa universidade e suas propostas para alguma comunidade.  Geralmente, os alunos concluintes do Ensino Médio buscam ingresso imediato em instituições de Ensino Superior. Foi visando atingir esse público, por vezes muito inconsciente de seu papel social, que decidimos mostrar como funciona a UFSB, seu regime de ciclos, seu encanto com a educação pública e sua contribuição na formação emancipatória dos discentes, além de discutir outras questões pertinentes, como os pilares de uma Universidade e de uma Faculdade. Consideramos de

Nas entrelinhas do horizonte

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Para encerrar esse CC, cada grupo de estudantes produziu uma obra de cada tema tratado durante o quadrimestre, totalizando 4 feitos; mariposas, fractais, pavimentação e lusonas. Inicialmente todos ficaram muito apreensivos com essa prática, mas no final fizemos uma rede de trocas muito rica em invenções criativas regadas a comilância. Ultrapassamos esse dogma de que poucas pessoas têm ''dons artísticos''. Na verdade, todos temos a capacidade de desenvolver competências e expelir conhecimentos - nesse caso matemáticos e culturais - através das artes. Só precisamos ter estímulos, paciência e capricho. Ao visitar a exposição de outras turmas acabamos por conhecer nossos colegas estudantes de outra cidades, e tudo isso possibilitou a partilha de todas as nossas sensações ao confeccionarmos os objetos, as nossas dificuldades e os nossos anseios. Nossa produção contou com mariposas em tapete, origamis fractais, pavimentação em formato

Matemática (e)m toda p(arte)

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Matemática, expressão artística e cultura. Esses três campos, que aparentam não ter nenhuma relação entre si, podem se fundir no trinômio ‘’raciocínio intrínseco’’, ‘’sentido estético’’ e ‘’razões sensíveis’’ . Três coisas que juntas podem revolucionar as formas de ensinar e aprender.  Num aprofundamento histórico feito com discussões do próprio Componente Curricular Matemática e Espaço (CC ME) anteriormente, é possível notar alguns elementos fundamentais para fomentar o entendimento dessa relação. A começar pelas Mariposas do povo Bora, práticas artísticas, transmitidas de geração a geração e revestidas de raciocínios matemáticos. Na geometria Sona, não é diferente: as lusonas configuram uma forma tradicional de contar histórias (razão sensível) de expressão artística, que partem de um princípio matemático sensorial (raciocínio intrínseco) e podem ser suavizadas para a obtenção do efeito visual desejado (sentido estético). A pavimentação também é feita por essa lógica: precis

Especial África e Brasil: narrativas esquecidas

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https://www.vix.com/pt/ciencia/545353/como-quando-e-por-que-brasil-e-africa-se-separaram Há mais de 200 milhões de anos, a costa oeste da África e o Brasil eram conectados. Entre nós não existia o oceano Atlântico e, portanto não havia praia no Brasil. Assim foi durante o período do supercontinente Pangeia.  https://www.vix.com/pt/ciencia/545353/como-quando-e-por-que-brasil-e-africa-se-separaram Com a ''dança'' das placas tectônicas, essas regiões rumaram em direções opostas e formaram esse resultado que conhecemos hoje. O mar que nos separa é o mesmo que nos une: nos tempos modernos, cerca de 4,4 milhões de africanos o cruzaram compulsoriamente entre os séculos 16 e 19 em direção ao Brasil. Mulheres e homens de origem africana compuseram o que somos hoje. Mas o que houve entre nós não foi uma história de amor. O racismo, o silenciamento, o embranquecimento, a invisibilidade, a desigualdade... Muitos são os fatores que foram e co

A educação é um ato de amor

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  O cara que escreveu essa frase é nada menos que o patrono da educação brasileira. Paulo Freire, uma das bases da fundação da UFSB.  Freire afirma que a educação pode assumir duas funções sociais: a de libertação ou a domesticação. Ele valoriza a prática de uma pedagogia participativa que seria construída através de um diálogo horizontal entre o professor e o estudante. Para ele, o professor não é um agente de transferência de conhecimentos, e sim um orientador ou mediador de trocas de experiências. Assim ele aprende e ensina com os estudantes que não são tábuas rasas ou folhas em branco, e sim sujeitos que são autônomos e corresponsáveis nesse processo de construção de saberes. Conhecer Paulo Freire mais afundo é um tremendo estímulo na conquista da autonomia e na capacidade crítica do estudante. Foi pensando nisso é que foi atribuída aos grupos a tarefa de ler um capitulo do livro Pedagogia da Autonomia.  Em sala, cada grupo ficou resp

Tribunal da Universidade

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No dia 9 de Julho de 2018, realizamos uma atividade muito intrigante proposta pelo CC US: o tribunal da universidade. Nessa prática de júri simulado, a intenção era colocar a universidade em centro, e sobre ela discorrer. Fomos divididos em 8 grupos, cada um responsável por defender e acusar um modelo de universidade, de forma que a turma pudesse compreendê-la em seus pontos negativos e positivos, desde seu surgimento até os dias atuais. Todos os modelos foram apresentados, dentre eles podemos citar alguns como a universidade escolástica, medieval, vocacional, social. Nessa missão meu grupo de advogados  ficou incumbido de tratar  da gênese da universidade feita pelos precursores, analisando suas características, estrutura, organização e adequação ao contexto histórico. Além de ampliar a nossa capacidade de desenvoltura perante situações complexas - como por exemplo fazer a acusação de algo sobre o qual somos a favor - essa atividade foi muito importante para a compreender a univ

Escher, o Excelente

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Autor de obras consideradas impossíveis, Escher não foi aluno nerd: suas notas eram boas em desenho e médias em matemática. Foi depois de viajar pelo continente europeu que descobriu os segredos da pavimentação regular do plano. Ousou em suas obras e esteve além do seu tempo. U sava polígonos regulares e congruentes para fazer mosaicos. Partia de objetos geométricos para criar imagens que sempre têm a mesma área e se encaixam perfeitamente, como peixes ou aves. Uma obra de Escher muito significativa nesse CC é a fita de Mobius. Fita de Mobius Fita de Mobius Uma fita onde não existe ''dentro'' ou ''fora''. Só há um lado. Buscar não convencionar e ir sempre em busca das construções impossíveis como Escher. Instigar a imaginação, aguçar os sentidos para os mistérios. Buscar outros jeitos de fazer com criatividade. Por trás de cada detalhe existe uma lógica. 

Consultório oftalmológico: a matemática da minha ancestralidade

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O CC Matemática e Espaço vem sendo construído a partir de diferentes perspectivas históricas e socioculturais, que valorizam saberes nem sempre tratados com relevância no âmbito acadêmico.  Essa abordagem tem sido transformadora, uma vez que demonstra como a matemática sempre esteve presente no cotidiano de todos os grupos humanos, mesmo que desapercebidamente.  Percebo isso ao longo da minha história... Meus bisavôs maternos foram, durante toda a vida, agricultores de subsistência da zona rural. Não foram escolarizados, e não fizeram uso do relógio, pois aprenderam hereditariamente a se basear na posição do sol para contabilizar as horas do dia. Também calculavam o tempo instruídos pelas fases da lua: lua crescente indicava bom plantio, lua minguante designava um período inadequado para roçar ou podar a plantação e a lua nova indicava o momento ideal para cortar cabelos e fazer mudanças. Minhas avós contribuíram na culinária: receitas em várias quantidades, executadas apen

Experiências

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Em mais um encontro desse cc, nos dividimos em grupo, e, através de cenas teatrais, refletimos um pouco sobre a experiência e o saber da experiência.  As apresentações fizeram abordagens de temas diversos, como a diferença entre experimento e experiência, os fatores que anulam a experiência, entre outros. Logo em seguida fizemos uma roda de conversa e discutimos sobre como a tecnologia incute nas nossas experiências do dia a dia, retirando o elemento humano de nós, nos invisibilizando e distanciando.  Nas próximas semanas os alunos eram os responsáveis por promover a realização de dinâmicas Foi através desse pontapé que surgiu a nossa ideia de elaborar estratégias que reforçassem a importância do reconhecimento do valor do outro na nossa vida. E assim fizemos...

Paviment/ação/

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Quantas formas de pavimentação além das cerâmicas quadradas você conhece? Nem todas as figuras encaixam perfeitamente uma na outra a ponto de cobrir uma superfície inteira, pavimentando-a. Como descobrir, então, quais formas pavimentam o plano? O primeiro passo é descobrir a soma dos ângulos internos do polígono regular (equilátero e equiângulo): (n-2).180, onde n= número de lados do polígono. O segundo passo é dividir o valor da soma dos ângulos internos do polígono pelo número de lados dele, e, se a medida obtida for um número divisível por 360, significa que o plano pode ser pavimentado. Se é tão simples, porque a indústria não utiliza formas mais divertidas e criativas de pavimentar os ambientes? Pensando nisso é que fomos os grandes arquitetos da sala de aula! Confira: Depois de fazermos os cálculos, percebemos que o pentágono regular não pavimenta o plano. Porém, existe uma outra possibilidade de pentágono equilátero mas